Religião e Deus

Há algum tempo venho pensando em publicar alguma coisa sobre religião e Deus. Não queria que fosse apenas um post novo, mas algo que realmente fizesse pensar. Então fui tentando amadurecer a idéia pra tentar encontrar meios de passar minhas idéias sobre este tema de modo que minhas idéias ficassem realmente claras. Bom, creio que tenha chegado numa Luz... ^^
Em meus devaneios, encontrei quatro pontos que me deixam realmente, digamos, “intrigado” com a idéia de religião que se tem hoje. Seriam eles:

1-    Alienação;
2-    Banalização;
3-    Manipulação das interpretações da Bíblia (a palavra “manipulação” pode parecer forte, mas é a mais adequada);
4-    Limitação de Deus.

O primeiro tópico é muito simples e está escancarado pra quem quiser ver. Ele está diretamente relacionado com o terceiro, mas possui outras dimensões também. O caso é que se usa a influência que uma religião tem para poder impor o que a pessoa deve ou não deve fazer e, o que é pior, pensar. O fato mais “nada a ver” nesse caso é que se uma pessoa não faz uma coisa por causa de uma proibição, por causa de uma regra, que poderá gerar uma futura punição, a atitude de não fazer passa a não ser uma questão natural, do próprio indivíduo. E isso, a meu ver, tira todo o sentido, uma vez que se prega que o bem deve ser algo espontâneo, vindo do coração. Ou seja, a própria pessoa deve questionar suas atitudes e julgá-la como pertinente ou não. Mais que isso, para que ela realmente descubra seu modo de entender o mundo ela precisa questionar o tudo e construir suas próprias concepções. O próprio Deus quis assim nos dando liberdade de pensar e agir.
Ter uma religião (e até criar uma nova!) hoje em dia tornou-se uma questão, muitas vezes, de conveniência ou comodidade. Bom, na verdade isso acontece desde o fim da Reforma Protestante, cuja maioria que se denomina cristã não entende realmente o que foi. O que ocorre é que a cada dia nascem títulos novos para igrejas novas e o cristianismo se distancia cada vez mais de seus ideais de Unidade e Paz.
Ah! O terceiro item... O segundo pior para mim. A interpretação da Sagrada Escritura não está reservada aos “escolhidos” (¬¬’). Cada pessoa pode ter sua própria interpretação e mesmo assim a Bíblia não perderá seu sentido verdadeiro, ao contrário, esse sentido se tornará mais claro. Ela conta fatos, histórias da presença de Deus. Cada parte é contextualizada num determinado período e não pode ser interpretado em fragmentos soltos deste contexto, pelo motivo óbvio de que o sentido real pode ser perdido.
Por fim, o pior item da minha lista! Por favor, alguém me explica por que todo mundo tenta definir Deus de uma única maneira? Só o fato de tentar defini-Lo já é completamente sem lógica! Se me permitem minha alusão de matemático, é a mesma coisa de querer dar fim ao infinito dos números! Ele se revela de diversas formas e cada uma delas deve ser respeitada. Cada mente, cada alma, é única. Então, por que o espanto em existirem diversas maneiras de entender Deus? Por que existiria apenas uma correta? Se Ele é o criador de todas as coisas, por que Ele não pode ser Ela se Ele quiser? O que poderia impedi-Lo de ser o Sol ou a Lua? Por que as pessoas acham que qualquer outra maneira de entender e interagir com Deus está errada?
Todo ser humano é livre para pensar como quiser e falar com Deus do jeito que achar mais agradável para si. Se assim não fosse, tudo que Ele já fez para que o amássemos (e não nos amedrontássemos com a presença Dele) teria sido em vão.
Ah... Vale lembrar que religião nenhuma salva ninguém. Ajuda (ou não...), mas não salva.

(( inspiração: Ele e todos nós [pretencioso, mas verdadeiro] ))